Coringa: Facetelling® explica o que há de sombrio nos caracteres do personagem

Coringa: Facetelling® explica o que há de sombrio nos caracteres do personagem

By: Cris Alves

Olá! 

Alguma vez você já refletiu sobre o processo de criação e caracterização de um personagem para o cinema? Quando bem construído, um papel de ficção nos faz questionar até mesmo se foi interpretado por aquele artista ou atriz de tão real que nos parece.

Com o prêmio de melhor atuação no Oscar 2020, Joaquin Phoenix também faturou duas estatuetas nesse ano por seu papel como Coringa (SAG Awards e Globo de Ouro). A performance do profissional somada ao perfil visceral do personagem justificam o êxito do ator.

O Coringa é, de fato, uma figura intrigante. E o que houve por detrás da construção desse perfil?

Luz e sombra!

O principal ponto da caracterização se deu ao emagrecimento excessivo do ator, ainda mais evidente nas cenas em que ele aparece sem camisa. Com as projeções ósseas faciais (áreas de luz) mais aparentes, tornam-se mais nítidos também os sulcos do rosto (sombras). Todo esse contraste reforça a ideia de oposição entre o bem e o mal. As arestas causadas pelos ângulos ósseos ativam a associação intuitiva com a figura de força, incisão (vide outras figuras das telas como Malévola e Dick Vigarista).

Fazendo uma comparação com outro papel vivido por Phoenix em “Her”, uma história de amor, é nítido como as linhas curvas oriundas dos volumes faciais em bochechas e óculos arredondados nos trazem outra sensação sobre o ator: a de uma pessoa mais próxima, doce e receptiva.

Diante de tantos sulcos no rosto (causados pela perda de peso), o Coringa só precisou de cabelos mais longos. Quando o desafio de caracterização é maior, atores acabam passando por outras adequações como barba, procedimentos estéticos, próteses dentárias, mudanças de cor de cabelos, etc.

O efeito de luz x sombra também aparece nas cenas do filme e em sua fotografia. Nas fases mais obscuras do Coringa, as cenas aparecem também com maior penumbra (o que enfatiza as áreas de sombra e sulco no rosto do personagem). Já nas suas fases de euforia, os ambientes aparecem mais claros e um tanto quanto mais coloridos. Esse efeito do cenário ao redor se reflete sobre as projeções ósseas do ator, conferindo maior dinamismo não somente à cena em si, mas, também, aos traços faciais do ator.

Genial toda essa construção, né?!

E que tal aproveitar a #quarentena para assistir (de novo) a esse ícone das telas? Um vencedor de tantas estatuetas merece um reprise. Momento bom para apurar o olhar e confirmar essa análise que fiz aqui para vocês. Divirtam-se! 😉

(Imagens: GIPHY, Pinterest)

Com o meu abraço,

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