É comum que pessoas mais jovens, principalmente quando estão começando a carreira, queixem-se das objeções relacionadas à pouca idade e à associação que é feita a partir daí: de pouca experiência e pouca maturidade. Consequentemente, essas duas percepções levam a outras tão equivocadas quanto elas – a de um a pessoa que não é competente para o trabalho ou de quem não transmite credibilidade. Aquela pessoa que é percebida como jovem demais para cumprir determinada função também é tida como alguém que não é apto para ocupar aquele cargo. Essa dor é muito real e esse ruído de imagem atinge, principalmente, as pessoas que têm a famosa “cara de novinha” ou “cara de novinho”.
Muitas vezes, pessoas com esses tipos de feedback buscam contornar o ruído de imagem por meio de roupas mais sóbrias, conservadoras e sisudas, a fim de parecerem mais maduras e experientes.
Contudo, devo informar: roupas mais sóbrias não vão resolver esse ruído de imagem!
Vestir-se como alguém muito mais velho não vai fazer com que as pessoas o vejam como mais experiente. Pelo contrário! Quanto maior o contraste entre o que você veste e o que seus traços faciais e o seu biotipo comunicam, mais essas características serão ressaltadas. O contraste visual só irá acentuar esse ruído de imagem.
Então, como minimizar esse ruído de outra forma?
Em primeiro lugar, é preciso identificar as fontes desses ruídos de imagem. “Cara de novinha/o”, de fato, vem de algum traço facial que comunica o excesso do que eu chamo de energia feminina na imagem pessoal. Já ressalto que essa energia nada tem a ver com gênero, ok?! Trata-se de códigos faciais anatômicos e fisiológicos que têm o potencial de suavizar a imagem ao ponto de fazer com que a figura humana seja reconhecida em características infantis ou juvenis, mesmo na fase adulta. Para citar alguns exemplos, essas energias femininas aparecem em: traços faciais curvos, pequenos e estreitos; contrastes baixos entre pele/cabelos/olhos; escala óssea estreita tanto no rosto quanto no corpo. Ademais, a baixa estatura e o tom de voz também corroboram para essas primeiras impressões – tanto em homens quanto em mulheres.
Para contrapor a suavidade na imagem pessoal, é importante trazer para o visual elementos que possam comunicar força. Junto com a força, virão os outros atributos correlatos: credibilidade, competência, segurança e a tão desejada maturidade – características muito valorizadas no mercado de trabalho.
É primordial que, antes de pensarmos em quais roupas usar, foquemos na face. Afinal, é lá que o ruído de imagem de “cara de novinha/o” está. Dessa forma, a prioridade é trabalhar os traços faciais e os elementos ao redor do rosto. As roupas são fatores secundários!
Problemas de “cara de alguma coisa” só se resolvem na própria cara!
Como comunicar mais força na imagem pessoal?
Existem algumas intervenções simples que podem ser feitas. Investir em uma armação de óculos, mesmo que sem grau, pode ser uma boa opção. Os olhos são o nosso ponto de contato visual e afetivo com tudo e todos ao redor. Por isso, esse é um investimento estratégico e não precisa ter um valor agregado muito alto para cumprir a sua função. As armações de linha reta estão associadas aos arquétipos visuais de força, solidez e segurança. Além disso, elas equilibram os traços curvos do rosto, em especial as bochechas, responsáveis por suavizar a imagem. Por isso, elas são a escolha primária de quem sofre com o ruído de imagem de aparentar ser jovem demais. Se você as considera muito sisudas, uma segunda opção são os óculos que mesclam linhas retas e inclinadas e, também, as formas geométricas. O propósito é criar a ilusão de mais ângulos ósseos no rosto e, com isso, mais força na imagem pessoal.
Mudar a estrutura de corte dos cabelos é super estratégico nessa situação. Principalmente no caso das mulheres, cortes de cabelos mais curtos e até mesmo penteados podem trazer mais força e credibilidade para a imagem pessoal. No caso dos homens, novamente prevalece a ideia de trazer mais ângulos para o rosto por meio das angulações dos cabelos. Se você sofre com esse ruído, evite descolorir os fios também. Quanto mais claros os cabelos, mais suave a imagem fica. É óbvio que devemos sempre equacionar os elementos da imagem para chegar a um resultado que satisfaça ao pessoal e ao profissional. Como já dizia o sábio ditado popular: “uma andorinha só não faz verão”.
Já os homens podem usar a barba como recurso para comunicar os atributos desejados. Eles devem investir, principalmente, em desenhos que criem mais linhas retas e diagonais na face. Assim, é possível aumentar a percepção visual de ângulos e projeções ósseas e, até mesmo, “mudar” o formato de rosto.
Independentemente do ruído de imagem que alguém possa ter, o primeiro e mais importante passo é identificar de onde vem esse ruído. Só assim será possível realizar intervenções certeiras e pontuais.
Para grandes planos, grandes mudanças. 😉
Um abraço,